Direita, esquerda, centro, imprensa e boa parte do povo brasileiro manifestaram profundo horror com o pronunciamento do ex-secretário da cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim. O vídeo divulgado escandalizava uma série de elementos que indicavam uma estética nazista, com a música Lohengrin de Richard Wagner ao fundo- a preferida de Hitler, a Cruz de Caravaca e, mais impactante, o plágio feito de um trecho de um discurso de Joseph Goebels, ministro da propaganda do regime nazista.
Indignação, qualquer um pode manifestar, porém, com sinceridade, nem todos. Ousa-se dizer que se não fosse a música de Wagner e o plágio do Goebels, ou melhor, se não fosse apenas a referência ao ex-ministro da propaganda de Hitler no texto, a pecha de nazista não colaria no ex-secretário e o mesmo continuaria no cargo.
A extrema direita, que em um primeiro momento correu para “passar pano” no caso, após ver que o vídeo divulgado ajudaria ainda mais a colar o justo rótulo de protofascista no Presidente da República, se apressou para repudiar aquilo e pedir a cabeça do titular da pasta. Mas isso só depois que o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, desconfiou publicamente da sanidade mental do secretário.
Entretanto, no dia anterior, Roberto Alvim e Jair Bolsonaro protagonizaram uma live no Facebook, na qual anunciavam com entusiasmo o tal Plano Nacional de Cultura que é baseado, sim, numa ideia fascista de arte, aquela que reforça os valores e heróis nacionais, conforme dito no discurso durante o plágio de Goebels, e repudia a contestação na manifestação artística, assim como o nazismo fazia com a arte moderna.
Se um dia, Alvim é crucificado pela direita, no anterior, ele diz, “Presidente, o senhor sabe de uma coisa? A gente vai lançar um edital para cinema… vai ter também categorias sobre filmes da independência do Brasil e sobre grandes figuras históricas brasileiras. Então, tentando criar aí um cinema sadio, ligado aos nosso valores, aos nossos princípios e alinhado com essa ideia de conservadorismo em arte que, na verdade, é uma arte que dignifica o ser humano.” Estão nessa fala do ex-secretário- que, repetindo, é anterior ao pronunciamento polêmico e foi feito na live do Facebook – elementos nazifascistas como o retorno às tradições, a pureza, a exaltação aos heróis e a exclusão de qualquer coisa feita para minorias ou que contenha elementos da dita subversão.
Em outras palavras, para extrema-direita, o problema é parecer nazista, e não ser um. Houve, no bolsonarismo, quem sugerisse a música de Villa-Lobos ou Carlos Gomes ao invés de Wagner, ou a imagem de Padre Cícero ao invés da Cruz de Caravaca. Ou seja, pediram um fascismo, só que não do tipo alemão, e, sim, brasileiro. Só faltaram clamar por um “Anauê” no final.
Mas, o fato é que toda essa viagem ideológica maluca não vem do nada, e sim de outra tese protofascista, a do Marxismo Cultural. Segundo essa teoria da conspiração, vinda de um leitura torta de Gramsci e da escola de Frankfurt, a esquerda mudou o agente revolucionário do proletariado para as minorias e introduziu o multiculturalismo e o politicamente correto para destruir a civilização judaico-cristã-ocidental. A ideia seria difundir pelos meios culturais (universidades, teatro, música e etc) pautas como o aborto, o feminismo e o que eles chamam de gayzismo, para assim destruir a família e, com isso, a sociedade. Com a propagação da agenda progressista, haveria uma banalização de um senso crítico, o que geraria o chamado esquerdista orgânico, aquele que é de esquerda sem saber o que é. A conclusão para a turma é que a desvinculação dos indivíduos aos valores morais consagrados está fazendo com que a coletividade se degenere, abrindo assim espaço para um processo revolucionário.
Essa teoria é muito parecida, até no nome, com o Bolchevismo Cultural, difundido nos anos 20 e 30 pelo nazismo. Se a tese do marxismo cultural deturpa o gramscismo, a sua versão nazista vem dos Protocolos dos Sábios de Sião, uma falsificação documental que denuncia suposta conspiração judia e maçônica para dominar o mundo. A tese, segundo Hitler em Mein Kampf, é praticamente a mesma defendida pelos olavistas, que a cultura que ele dizia ser bolchevique era “uma doença que enfraqueceria os alemães perante as garras dos judeus”, e que tinha o objetivo implantar o marxismo para destruir os valores da sociedade alemã, e o instrumento para tal seria a arte moderna, ou a “arte bolchevique”.
As coincidência não param por aí. Segundo os adeptos do Marxismo Cultural, tal movimento é patrocinado por globalistas, grupo formado especialmente por banqueiros, como George Soros, com o intuito de destruir a família e os valores patrióticos para instituir uma governança global. Já no Bolchevismo Cultural, os nazistas acreditavam que era uma tentativa dos banqueiros judeus dominarem a Alemanha.
Por outro lado, na década de 30, a extrema-direita alemã entendia que a expansão do judaísmo destruiria a cultura nacional, e os ultra direitistas brasileiros acreditam que o multiculturalismo introduz o islamismo, que acaba com o cristianismo e destrói o Ocidente pouco a pouco.
Explicações para fenômenos sociais também entrelaçam olavistas e nazistas. Berlim, durante a República de Weimar, era uma cidade falida que atraia muitos turistas por conta demasiada prostituição que lá havia. Os seguidores da ideologia de Hitler acreditavam que aquilo era resultado direto da ação dos judeus. Já para o bolsonarismo, os marxistas culturais propagaram a liberdade sexual através da cultura dos anos 60, e, como resultado, temos uma sociedade depravada e que se auto degenera a cada dia. Tudo muito alinhado com o discurso de Dante Mantovani, presidente da Funarte e discípulo de Olavo de Carvalho, que afirma que o rock leva ao aborto que leva ao satanismo.
Guerra cultural, alta cultura e repúdio à arte moderna: o antídoto de Alvim, Olavo, Bolsonaro e, também, dos nazistas para um inimigo imaginário.
Em 2016, na campanha à prefeitura do Rio de Janeiro, o candidato Flávio Bolsonaro disse ao RJTV que era preciso incentivar apenas a alta cultura. Os opositores não entenderam o que aquilo significava e zombaram do filho do hoje presidente. Mas aquela declaração se encaixa perfeitamente com o pronunciamento nazista de Roberto Alvim.
Em sua apresentação, Alvim disse, “Quando a cultura adoece, o povo adoece junto”. Essa frase não é dele, é do guru da extrema direita, Olavo de Carvalho. Em diversas entrevistas, o ex-secretário defendeu que para ter uma cultura que dignificasse o povo era necessário haver um bombardeio de arte conservadora. E o que é essa tal arte conservadora? Segundo o próprio, manifestações artísticas clássicas, ou, ainda, o que eles chamam de alta cultura, o que se encaixa perfeitamente com a resposta de Flávio Bolsonaro na campanha de 2016.
Ao que pese que a arte é polissêmica, ou seja, abrange várias interpretações – o que significa que um movimento artístico não significa necessariamente um pensamento conservador – essa obsessão em exaltar tudo aquilo que é clássico não é novo no espectro político, os nazistas já o faziam. O livro ‘Hitler e os Artistas’, do historiador Henry Grosshans, coloca que havia, na Alemanha nazista, o entendimento que a arte greco-romana era a única livre de judaísmo e a que remetia as origens do povo alemão.
A ideia de um predomínio cultural oriundo do clássico vem de um conceito muito difundido no bolsonarismo, a arte como exaltação do belo. Os nazistas tinham o mesmo pensamento, gostavam de obras que exaltavam a beleza estereotipada, ou a estética padrão. A própria Olimpíada de Berlim de 1936 foi um palco para exibir esculturas de corpos perfeitos e simétrico como uma forma de representar o ideal ariano. Por sinal, o ultra direitista, Leandro Narloch, encarna um pouco desse espírito em um de seus artigos em que ele critica a estética de Fridha Kalo: “Minha hipótese: o feio é o novo bonito. A beleza tradicional da arte clássica, o rosto simétrico, os nus impecáveis ficaram para trás”. Ora, considerando que a beleza retratada nas obras clássicas vem de uma visão euro-centrista, logo, Narloch parece também querer uma arte branca.
Mas o propósito central da exaltação ao belo e o clássico vem de um combate que a extrema-direita faz ao que eles chamam de relativismo moral. Isso é diretamente ligado à contraposição ao multiculturalismo, ou seja, entende-se que há sociedades mais avançadas que as outras e que tal fato é explicado pela cultura. E, uma vez que a sociedade perde a noção do que seja a moral, esse seria um passo para ela se perder. A tese, então, defende que perdendo aquilo do que seja o belo, os indivíduos perderiam hábitos que os tornam civilizados. Obviamente, essa teoria abre uma enorme brecha para se esmagar as minorias e instaurar o ódio, uma vez que pode se classificar como feio aquilo que é diferente. Todavia, estabelecer uma moralidade de referência serve perfeitamente a ideia fascista de que a sociedade tem que se unir através de um conjunto de valores de tom nacionalista e até religioso.
Já o modernismo, alvo da extrema-direita fascista e bolsonarista, depois dos movimentos artísticos do século XIX inspirados na ciência e, muitos deles, na psicanálise, trabalha com a desconstrução, seja das linhas na pintura, ou em novas propostas literárias, ou até mesmo nas novas propostas cênicas. Abre-se, então, um leque de novas formas de expressão artística como a nudez, a representação sexual, as abstrações, imagens críticas a religiões e novas técnicas, diferentes da tradicional. Em outras palavras, a arte moderna não se preocupa tanto assim com o belo, sendo menos afirmativa e mais contestadora. Com isso, ela pode chocar a moralidade hegemônica, além de nela surgir uma brecha para que o expectador reflita mais profundamente sobre o contexto que ele vive, o que é péssimo para aqueles que querem unir a sociedade em torno de um espírito nacionalista.
E por ser muito diferente daquilo é senso comum, os modernistas criavam uma outra bronca em Hitler, a difícil compreensão. Para o dito füher, arte deveria ser da fácil entendimento para toda a população, até mesmo para consolidar o nazismo como um movimento de massas. Já para Bolsonaro, tanto os livros didáticos, quanto os espetáculos devem ser leves e acessíveis para a dita família tradicional. Ora, se tanto nazistas quanto bolsonaristas trabalham através da afirmação intransigente da ordem, ou seja, a dialética positiva em seu estados bruto, é de se entender que uma abordagem mais complexa sobre “as coisas do mundo” seria extremamente nocivo para estes dois movimentos políticos. A estratégia de ambos é clara, desmoralizar essas reflexões através daquilo que se pode chamar ignorância orgulhosa, ou seja, se você não entende, aquilo nada significa. Mas isso será abordado mais adiante no texto.
E se o nobre é considerado o belo, para o bolsonarismo, o popular deve ser o xucro. Certa vez, a deputada bolsonarista, Bia Kicis, declarou em seu Twitter: “No Simpósio conservador é assim. Não tem funk nem axé. Tem alta cultura. Vive la haute culture!”. Além do fato de “haute culture” não existir no vocabulário francês – ou seja, gostam de se mostrar eruditos, mas são completos ignorantes – abaixo havia um concerto de música clássica – muito mal executado, por sinal. Em outras palavras, não é só uma exaltação ao clássico, mas também um preconceito contra manifestações da cultura popular, as quais eles julgam vulgar.
No nazismo, a perseguição a música popular negra se dava pelo repúdio ao jazz e o blues, que era o que tocava nos cabarés na Berlim da República de Weimar. Havia até o Wider die Negerkultur für deutsches Volkstum, ou decreto contra a cultura negra e em favor do nacionalismo alemão. Ou seja, se Bia Kicis e os bolsonaristas não gostam da canções interpretadas por brasileiros de maioria negra, e justificam com os palavrões e menções sexuais nelas contidas, os nazistas usavam o fato da música afro-americana tocar em prostíbulos para persegui-la. Essa rejeição a uma possível vulgarização vem também da ideia de algo superior ou sagrado, oriundo das origens do povo – para o fascismo, desde que venha da origem do branco, claro.
Mas, seja o culto aos clássicos e ao belo, ou uma rejeição da arte moderna e da cultura popular, a ideia central que mais une olavistas e nazistas neste campo é a ideia da transcendentalidade que, na prática, é o uso da estética para fazer política. No vídeo polêmico, Alvim diz: “É por isso que queremos uma cultura dinâmica, e, ao mesmo tempo, enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes. A pátria, a família, a coragem do povo e sua profunda ligação com deus.”
Este pressuposto não é um mero detalhe, mas importantíssimo para se formar o facho. Se a ideologia propunha que a sociedade formasse uma união em torno de valores nacionais, logo, era preciso que houvesse uma sensação de pertencimento de cada cidadão. A cultura, no nazifascismo, tinha exatamente essa função, a de levar à população a sensação sentir superior por pertencer a uma nacionalidade e, no caso do regime de Hitler, também por ser de uma determinada raça.
É a mesma sensação que o ex-secretário de Bolsonaro queria provocar no povo brasileiro quando fala em “criar formas estéticas poderosas”. Entretanto, o mesmo acabou escorregando no plágio de Goebels. Podem ter certeza, que se não houvesse esse deslize, toda extrema-direita estaria aplaudindo seu plano nazista, assim como endossam cada palavra das teses malucas de Olavo de Carvalho.
Mitos fundantes e monarquismo
O primeiro vídeo do Brasil Paralelo, aquela produtora de extrema-direita que coloca o Olavo de Carvalho em evidencia e é amplamente divulgada por, MBL, Mamãe Falei e o canal de YouTube “Ideias Radicais”- o que se diz anarcocapitalista e anti-coletivista – entre outros, chama-se “Entre a Cruz e a Espada”. O objetivo óbvio do vídeo é exaltar as figuras que, segundo eles, fundaram a nossa nação. A maior menção, sem dúvida nenhuma, é a da Família Real Portuguesa, mas há ali uma certa celebração aos Cavaleiro Templários.
No passado, os nazistas gostavam de uma outra ordem, a dos Cavaleiros Teutônicos. Durante desfiles cívicos na Alemanha de Hitler, era muito comum haver inúmeras representações destes. As duas ordens tiveram atuação nas cruzadas, só que os Templários em países como a França e Portugal, e os Teutônicos no Reino da Prússia e no Império Germânico. De qualquer forma, parece claro que o objetivo dos bolsonaristas, assim como era dos nazistas, é exaltar um suposto passado de heroísmo para unir todo um povo com o discurso de uma origem pura da nação. Alvim quis trazer isso para a cultura nacional quando disse: “A arte brasileira da próxima década será heroica e nacional”.
Outro dado que faz parte do arcabouço ideológico do bolsonarismo é o monarquismo. Por sinal, um dos bolsonariastas mais célebres é Luiz Philippe de Orléans e Bragança, o autointitulado príncipe do Brasil, aquele que disse esperar que o Bolsonaro seja o último Presidente da República. O saudosismo da monarquia é típica dos fascista, e, vejam, não está se falando de um conservador britânico que quer manter uma tradição, mas, sim, de pessoas que querem voltar a um passado. Mussolini queria reviver o Império Romano, Hitler entendia seu governo como o terceiro reino, ou III Reich, e Franco só aceitou deixar o poder com reestabelecimento da família real espanhola.
A tara pela volta de um rei ou imperador é que ele seja a encarnação dos valores que guiam a nação. Portanto, quando Alvim falava o tempo todo em origens, nação e heroísmo, além de muito sintonizado ao nazifascismo, também estava umbilicalmente ligado com o bolsonarismo.
QueerMuseu e a Arte degenerada
Muitos se lembram quando o MBL perseguiu e pediu para censurar o QueerMuseu em Porto Alegre. A alegação era que a amostra promovia apologia à pedofilia, zoofilia e a ideologia de gênero. Na verdade, a exposição visava apenas colocar no campo das artes a discussão sobre gênero que acontece em diversas áreas acadêmicas, como a filosofia, as ciências sociais, a biologia, a medicina, a genética e a neurociência. Infelizmente, a direita vulgariza o debate colocando tudo no mesmo plano da imoralidade. O argumento central dos extremistas é que essa é uma estratégia de corromper a sociedade através do marxismo cultural.
Em 1937, na cidade de Munique, foi feito o Museu de Arte Degenerada, exposição que depois foi a várias outras cidades do chamado III Reich. O alvo principal era a chamada arte moderna. As obras eram colocadas ao lado de imagens de pessoas deficientes para dar a impressão de que eram feitas por doentes mentais.
Durante a polêmica do QueerMuseu, um grupo chamado “Tradutores de Direita” publicou um vídeo em que um rapaz expõe várias obras aparentemente ruins, generaliza como se todo o modernismo fosse assim, e faz afirmações do tipo: “a Arte Moderna ou a Arte Conceitual não é Arte de modo algum. É uma panelinha de babacas pretensiosos, que tentam parecer sofisticados, atribuindo sentido a algo que não tem sentido algum” – Repetindo, há problemas com a arte moderna atual, mas não são esses.
Conforme colocado anteriormente, a ideia de aplicar a ignorância orgulhosa – a do não entendo, logo nada significa – é comum na extrema direita. Hitler, por um lado, desqualificava aquilo que parecia incompreensível como sendo feito por deficientes mentais, e o rapaz do vídeo rejeita aquilo que não compreende nos museus modernistas acusando os artistas de delirantes. Incrivelmente igual! Além, é claro, de culpar o Marxismo Cultural pela suposta falta de qualidade na arte moderna, assim como os nazistas atribuíam o modernismo da época ao bolchevismo cultural.
Mas a própria perseguição a exposição de Porto Alegre, além de se assemelhar com movimento contra a Arte Degenera, se parece muito mais com a caça que os nazistas fizeram com Freud. A bronca do nazismo com o psicanalista é por conta de suas teorias de que crianças tem sexualidade. Já o moralistas do MBL ficaram chocados com o debate, feito pelas obras do museu gaúcho, de que menores de idade podem ser homossexuais e até transsexuais.
No episódio brasileiro, inclusive, os ultra direitistas fizeram questão absoluta de desmoralizar os quadros dizendo que aquilo não era arte. Alguns afirmaram que aquilo era simplesmente pornografia com a função de degenerar crianças. Por mais incomodo que fossem, aquelas figuras não tinham intenção de provocar libido, logo não eram pornográficas. Por outro lado, toda obra artística tem o propósito de provocar reflexão, e se você amou ou odiou, pouco importa, só um nazista que gosta de exalta o belo e os valores hegemônicos acha que quadro deve ter um encaminhamento moral.
Uma extrema-direita que quer aplicar o fascismo sem parecer fascista
Marine Le Pen, da Frente Nacional, partido oriundo de vários partidos nazistas e fascistas na França, e filha de Jean-Marie Le Pen, um nazista assumido, criticou Bolsonaro por dizer “coisas extremamente desagradáveis”. No exterior, o presidente brasileiro é visto com espanto até por aqueles que defendem abertamente a xenofobia, o antissemitismo e são herdeiros dos nazifascistas.
O nazifascismo está fora de moda, seu legado para humanidade é péssimo. Porém, suas ideias, por mais que não sejam chamadas pelo, são sucesso pois fazem a chamada dialética positiva, aquela que apela à alienação de classes, aos valores morais hegemônicos e a ideia de nação.
Crises políticas e econômicas no mundo todo despertam a cadela no cio do fascismo. Porém, como é feio parecer um, a extrema-direita se disfarça com novas nomenclaturas como Aliança, Frente ou Liga.
Por isso, é preciso lembrar ao povo que as ideias de Roberto Alvim derivam da tese do Marxismo Cultural, que é uma tese da extrema direita, importada por Olavo de Carvalho e que é uma adaptação do Bolchevismo Cultural, uma tese nazista.
E MBL e cia não têm o direito de se escandalizarem com tais declarações, pois eles alimentaram essas teorias malucas, perseguiram o Queermuseu, cutucaram as minorias sob o argumento de combater a chamada ideologia de gênero, entre outras coisas. São iguais, são sócios ocultos no fracasso do ex-secretário de cultura.
A extrema-direita não gosta da pecha de fascista, porque pega mal, mas adora suas ideias. Alvim foi apenas sincero, mas o problema continua sendo a agenda reacionária do governo Bolsonaro.